quarta-feira, 29 de maio de 2013

Sem Filtro Na Veia


"Hoje o tempo fechou
Vai chover vermelho no meu coração
Essa agonia não está cabendo em mim
Como pesa a sensibilidade!
Queria ser fútil, viver na média
Mediocridade anônima! Que maravilha!
Queria não compreender entrelinhas
e nem precisar delas
Queria não suportar Pessoa, Neruda e Vinícius
Queria passar despercebida
Entretanto
Sempre me convidam para a roda,
Para a mesa, para a rua
Mas minha alma estranha
e sempre prefere a caneta e o papel,
a cama e o travesseiro,
a música e o silêncio
Minha normalidade é atípica,
Sou antipático, esquisito
Tenho o coração na pele
e a minha balança é outra
Por que a minha capacidade de amar
me adoece a alma?
Por que não sou comum?
Por que não sou mais um?
Sinto a alma cansada:
alargou-se em demasia
E já não me resta a chance de ser menos
Estou condenada a ser grande
Vou sofrer por ter a alma inchada
Inchada de fé no amor
Inchada de passionalidade
Sou uma autêntica fraude:
Demonstro autoconfiança
Olho nos olhos e faço constranger
Tenho o tom da serenidade desejada
Mas como todo cartão-postal,
Eu tenho um verso
Um verso que não se revela,
Que é meu e de poucos
Apenas as almas poéticas
Compreendem os tormentos
Que eu escondo em meu verso
Nessa tarde
Pedi a Deus que me levasse daqui
Não, eu não tenho coragem de ir sozinha
No entanto
Eu não correria dela, caso ela viesse
E a minha agonia está virando raiva,
Tenho raiva por não ser como os outros
Eu queria ser simplória,
Sem mistério algum
Ter sonhos frívolos
Ser limitada e, por isso,
Chamar o amor de ilusão
Queria ter amores
Com a duração das flores
Queria ter desejos sociais
Ter conduta padrão
E nem saber do algo mais da vida
Mas não, sou assim,
De alma inflamada,
De coração quente,
De espírito apaixonado
E talvez, ingênua
Por acreditar nas mentiras
Que os poetas juraram ter vivido.
Só me falta ser verde
e ter a cabeça grande". 


(Ludmila Clio - http://copodeletras.blogspot.com.br/)

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Medo Do Novo, De Novo.


Ser humano é muito bom. Ser humano e semelhante ao Criador é extremamente maravilhoso. Erramos diariamente e estamos sujeitos às mazelas mais desafortunadas da sociedade em que vivemos. No entanto, Deus nos deu tantas coisas que nos traz felicidade. O fato de sermos pensantes nos faz realmente melhores? 

Saber demais, às vezes pode fazer mal, pois o conhecimento também propicia o medo. Em contrapartida, viver sem medo algum também é perigoso. Afinal, até onde pode ir nossa impavidez? Medo de altura, medo de escuro, medo de amar, medo de gente, medo da morte, medo da vida. Cada um sabe de seus medos e da dimensão de cada um deles. 

Acontece, que há um outro tipo de medo existencial que torna nossa mente inativa, nos paralisa e atrofia. Medo de ser feliz é o pai dos medos. Quem é feliz, ou ao menos deseja ser, persegue um caminhar em felicidade. Sabe-se que a verdadeira felicidade encontramos Nele, em Cristo. Nada, absolutamente nada neste mundo, pode nos fazer mais feliz que Ele; e isso basta. Há, ainda, duas verdades indiscutíveis: Deus é Amor; e o verdadeiro Amor lança fora todo o medo (I João 4:8; 4:18). 

Mandela que me desculpe, mas eu aprendi que a coragem é a ausência de medo. Aprendi que a coragem é inerente ao que encontrou o perfeito Amor, Amor este que triunfou não só sobre todo medo, mas toda dor. Ele é quem nos faz andar em novidade de vida! Viver sem medo do novo é viver em Amor, sem medo do presente. Que Presente!